Sapiens - Uma Breve História da Humanidade

Sapiens – Uma Breve História da Humanidade – Resumo

Resumo do capítulo 1 e 2 de Sapiens – Uma breve história da humanidade

Fazer um resumo da história da humanidade não é uma tarefa muito fácil. E fazer isso com algum rigor científico se torna um grande desafio, porém o livro Sapiens – uma breve história da humanidade consegue cumprir bem essa tarefa. Durante a escola, o que aprendemos de história é um amontoado de nomes e datas, mas Sapiens é um livro que muda essa visão errônea trazendo vários conceitos e esquemas muito interessantes.

O livro divide o progresso da humanidade em três grandes revoluções: A cognitiva, a agrícola e a científica. Na primeira Revolução o autor explica como a capacidade de abstração e memória que somente o nosso cérebro possui, nos permitiu formar sociedades nunca antes vistas. Porém eram formadas apenas pequenas comunidades devido à escassez de alimento. É aí que entra a revolução agrícola, que nos permitiu produzir grandes quantidades de alimentos para uma grande civilização.

E para finalizar temos a revolução científica, que ainda está em curso. Essa revolução só foi possível porque acumulamos excedentes suficientes para não precisarmos nos preocupar em procurar alimentos.

Antes do século XX, somente os ricos aristocratas faziam pesquisas como um hobby, mas atualmente, a ciência se tornou uma profissão em que qualquer pessoa, independente da classe social, pode atingir. Mas o autor também discute no final do livro sobre as consequências futuras de certos avanços científicos, como o avanço da inteligência artificial e a busca pela imortalidade. Porém foi deixada uma discussão mais aprofundada sobre esse tema em seu segundo livro: Homo Deus.Sapiens - Uma breve história da humanidade

 Sapiens – Uma breve história da humanidade

O primeiro humano, então, foi o Australopithecus, há 2,5 milhões de anos. Surgiu na África Oriental e ficou por lá até 2 milhões de anos atrás, para se assentar em diferentes locais. Há 2 milhões de anos, estes indivíduos “deixaram a sua terra” e procuraram por outras coisas em outros lugares. Houve, então, uma primeira variação genética para a adaptação aos diversos meios que o Australopithecus passou a encontrar. Harari, nos lembra: “todos pertenciam ao gênero Homo. Eram seres humanos”.

O historiador afirma ainda como é comum pensar que essas diferentes espécies habitaram a Terra em diferentes momentos. Tal visão, contudo, é equivocada. As diversas espécies humanas coexistiram. Ao longo desta ‘pré-história’, a exclusividade humana ao povoar o planeta se destaca muito mais como um ponto fora da curva, dentro de um parâmetro de normalidade, do que a pluralidade de ancestrais comuns.

O custo de pensar

O autor, então, começa a citar as características que difere o homem (no geral) do restante dos animais; a grande diferença seria o tamanho do cérebro, até três vezes maior. “O que impulsionou a evolução do enorme cérebro humano durante esses 2 milhões de anos? Francamente, nós não sabemos”. Tal estrutura gerou mudanças adaptativas, uma vez que o ‘novo’ cérebro, além de pesado, consumia uma grande quantidade de energia. Assim, como explica Harari, o preço por uma maior capacidade cognitiva se deu de duas maneiras: maior tempo comendo e uma diminuição em atributos como força e músculo.

Caminhar ereto foi outra adaptação necessária, que influenciou não somente na confecção de utensílios e armas, isso há 2,5 milhões de anos. A capacidade de andar ereto influenciou em outros aspectos, tais quais a visão (que ganha um novo alcance) ou o parto. Durante a gestação, o ato de caminhar começou a trazer complicações aos nascituros.

A mortalidade dos bebês aumentou. As mulheres, em um sistema adaptativo, passaram a ter os filhos cada vez mais pré-maturos. As fêmeas, por sua vez, precisaram, cada vez mais, dedicar-se à maternidade. Mais vulneráveis, foi necessário, diante dessas mudanças, que fosse exercido um espírito de conservação entre os membros do novo grupo.

Uma raça de cozinheiros

O homem domesticou o fogo há 800 mil anos. Há 300 mil, fez uso dessa ferramenta de maneira constante. O uso do fogo permitiu ao homem cozinhar os seus alimentos. Com este novo hábito, teve-se uma nova variação genética-biológica: como o ato de se alimentar passou a ser menos cansativo (comer comida cozida é cerca de cinco vezes mais rápido do que comer comida crua), o homem passou a poder comer mais e comer melhor.

Anteriormente, alguns tubérculos e vegetais eram inacessíveis para o intestino humano, com o uso do fogo, o ser humano abandonou a necessidade de um grande intestino e, com isso, desenvolveram, ainda mais, o tamanho do cérebro.  “Alguns estudiosos acreditam que existe uma relação direta entre o advento do hábito de cozinhar e o encurtamento do trato intestinal e o crescimento do cérebro humano”. O historiador também ressalta que o fogo “abre uma grande brecha” entre o homem e o restante da cadeia alimentar.

Os Cuidadores de nossos irmãos

Apesar do domínio de ferramentas e do fogo, o homem ainda era uma criatura marginal. Há 70 mil anos, contudo, “Sapiens da África Oriental se espalharam na península Arábica e de lá rapidamente tomaram o território da Eurásia [conjunto da Europa e da Ásia]”. Ha duas explicações para a chegada dos Sapiens à Arábia. A primeira seria a “teoria da miscigenação”, em que Sapiens e Neandertais, em contato, neste continente, teriam se encontrado, procriado e se misturado. A visão oposta seria a “teoria da substituição”: encontro, repulsa e extermínio.

A teoria da substituição havia ganhado autonomia até 2010. A comparação entre o material genético de um fóssil de neandertal com os genes de um ser humano teria revelado, entretanto, que de 1% a 4% “das populações modernas no Oriente Médio e na Europa [possuem] DNA de neandertal.” O mesmo aconteceu com a comparação de um dedo fossilizado da espécie Denisova.

Assim, para Harari, é possível supor que as espécies Sapiens, Neandertal e Denisova eram bastante diferentes entre si, mas, ainda assim, capazes de gerar descendentes férteis. Quando do choque entre as diferentes espécies, seria possível, antes do extermínio (o autor supõe que a espécie Sapiens levou as outras à extinção, seja diretamente (“guerras”) ou por acabar com o alimento de uma região primeiramente habitada pelas outras espécies, que tivesse havido o cruzamento entre Sapiens e Neandertal e da espécie Denisova com aquele.

Harari, então, traz uma ponderação importante: “Se os neandertais tivessem sobrevivido, ainda conceberíamos a nós mesmos como uma criatura distinta?” A espécie Sapiens permanece. O Homo Soloensis desapareceu há 50 mil aos; o Homo Denisova logo depois; Neandertais, há 30 mil; homens diminutos desapareceram há 12 mil anos. O “segredo” da nossa espécie, então, de acordo com o historiador, estaria em nossa linguagem.

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Entre 70 mil e 30 mil anos atrás, essa espécie, “tão inteligentes, criativos e sensíveis como nós”, evoluiu de maneira exponencial graças à Revolução Cognitiva. Tal acontecimento poderia ser explicado, de acordo com as principais teorias, baseado em mudanças nas estruturas e conexões internas do cérebro Sapiens, “possibilitando que pensassem de uma maneira sem precedentes e comunicassem usando um tipo de linguagem totalmente novo”. Harari, chama tal mudança de ‘árvore do conhecimento’. O autor ressalta que tudo isso não passou de um mero acaso e, mais importante do que as causas das mudanças, foram as consequências.

Para ilustrar a importância dessa nova maneira de se comunicar, o autor reafirma que a linguagem é comum a todos os indivíduos. Todavia, esta forma de se ‘comunicar’, entre aspas, é arcaica e primitiva nestes, não ultrapassando limites básicos de rotinas, tarefas em grupo e situações que se estenderiam ao cotidiano. Após a Revolução Cognitiva, os Sapiens passaram a experimentar novas formas de linguagem.

Estas se assentam em três formas. 1) A capacidade de dialogar e expandir o pensamento para além do objeto. Se antes o Homo Sapiens veria um leão e o associaria à caça direta, ao combate animal-homem, agora, pós-Revolução, ele, junto aos demais membros da tribo, poderia emboscá-lo, usando de armadilhas e do ambiente para a sua caçada. 2) A evolução da linguagem estaria na utilidade da comunicação para a troca, para o compartilhamento, para a “fofoca”. “O Homo Sapiens é antes de mais nada um animal social. A cooperação social é essencial para a sobrevivência e a reprodução”. Diante da nova habilidade, os grupos sociais se expandiram e, também, tipos de cooperação mais sofisticados apareceram.

A Lenda do Peugeot

Harari apresenta, neste subtópico, a estrutura social dos Chipanzés. Hierárquica, baseada na confiança e no estabelecimento de um “macho alfa”, onde este se consolidava não por força ou inteligência, mas por conseguir angariar um maior número de chipanzés para participar de seu grupo dominante. Contudo, de acordo com pesquisas, havia um limite para um grupo de chipanzés. Da mesma forma acontecia com os “Sapiens arcaicos”.

E mesmo com a capacidade comunicativa trazida pela Revolução Cognitiva a sociabilidade humana esbarra em um número mágico: estudos da área de psicologia apontam que grupos de homens e mulheres perdem a coesão quando unidos por um número maior que 150 membros.

Assim, para o pleno desenvolvimento da espécie, a própria espécie aponta uma saída: a ficção. Para Harari, poderia ser considerada ficção a noção de Estado, Igrejas e, até mesmo, a noção de empresas e pessoas jurídicas. “Nenhuma dessas coisas existe fora das histórias que as pessoas inventam e contam umas às outras. As pessoas entendem facilmente que os ‘primitivos’ consolidam sua ordem social acreditando em deuses e espíritos e se reunindo a cada lua cheia para dançar juntos em volta da fogueira. Mas não conseguimos avaliar que nossas instituições modernas funcionam exatamente sobre a mesma base”.

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Para ilustrar a citação acima, o historia desenvolve a “lenda da Peugeot”. No excerto, Harari nos mostra que a Peugeot, a fabricante de carro, não existe, objetivamente falando. Há carros sendo produzidos, há funcionários, há sedes e presidente. Contudo, nada disso é, de fato, a Peugeot S.A. Para que seja possível entender como o conceito de algo abstrato como o de uma “pessoa jurídica”, faz-se necessário voltar (ou adiantar, dependendo da perspectiva) alguns séculos e entender que o conceito de PROPRIEDADE esteve limitado à pessoa física.

Na prática, significava que todo ônus e punição por algum serviço ou produto defeituoso, por exemplo, seria imputado ao fabricante, à pessoa. As punições eram severas e o empreendedorismo, não estimulado. Assim:

“A Peugeot é um produto da nossa imaginação coletiva. Os advogados chamam isso de “ficção jurídica”. Não pode ser sinalizada, não é um objeto físico. Mas existe como entidade jurídica. A ideia por trás de tais empresas está entre as invenções mais engenhosas da humanidade. O Homo Sapiens viveu sem elas por milênios. Foi por isso que as pessoas começaram a imaginar coletivamente a existência de empresas de responsabilidade limitada. Como exatamente Armand Peugeot, o homem, criou a Peugeot. Tudo se resumia a contar histórias e convencer as pessoas a acreditarem nelas”

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Harari quase encerra este trecho afirmando que não é fácil contar histórias. Mais difícil ainda é fazer com que as outras pessoas acreditem nela. Contudo, quando acreditam, aqueles que as contam passam a exercer imenso poder e controle sobre os demais.

“Os tipos de coisa que as pessoas criam por meio dessa rede de histórias são conhecidos nos meios acadêmicos como “ficções”, “contratos sociais” ou “realidades imaginadas”. Uma realidade imaginada não é uma mentira. Ao contrário da mentira, uma realidade imaginada é algo em que todo mundo acredita e, enquanto essa crença partilhada persiste, a realidade imaginada exerce influência no mundo”

Vivemos, então, em uma realidade dual. Às vezes, quase sempre, a ficção é mais poderosa.

Superando o Genoma

Assim, com a Revolução Cognitiva houve um paradigma: deixa-se de viver no tempo biológico e passa-se a viver em um tempo histórico. Não que a biologia deixe de ser importante, pelo contrário. Mas, agora, há novos atores tão fundamentais na construção do ser humano quanto. O historiador afirma que diante da nova forma de encarar o mundo, as estruturas sociais passam a ser menos sólidas diante da liquidez dos mitos. Comportamentos são rapidamente revisitados, pois acompanham as percepções coletivas, os ‘constructos sociais’. As mudanças nos padrões sociais e relações interpessoais e atividade econômica não mais se baseia em alguma mutação genética.

Portanto, dessa capacidade de inventar e acreditar surge, para Harari, o comércio, uma vez que este é pautado na confiança e esta só existe porque há mitos compartilhados que unem o vendedor ao comprador: a necessidade, a confiança.

Enfim, este é um breve resumo dos 2 primeiros capítulos do Livro – Sapiens. adquira o livro clicando aqui!

 

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